quarta-feira, 22 de maio de 2013

SUBJETIVIDADE E APRENDIZAGEM.

SUBJETIVIDADE E APRENDIZAGEM.

Enquanto era desconhecido ou desconsiderado o fato de que cada sujeito percebe, representa e vive a realidade das coisas e do mundo que o rodeia de maneira singular, pessoal e única, os problemas de aprendizagem (problema do aluno) e de fracasso escolar (problemas da escola) não eram nem podiam ser adequadamente diagnosticado e tratado. Por isso, não se pode pensar em Psicopedagogia sem considerar a subjetividade do aprendente, do ensinante e do próprio psicopedagogo. Afinal, um mesmo fato pode provocar sentimentos diferentes em pessoas diferentes, dependendo da experiência de vida de cada uma. Mas ainda, um mesmo fato pode produzir sentimentos diferentes numa mesma pessoa, em diferentes momentos de sua vida.
Beatriz Scoz (2001) introduz a questão da objetividade e da subjetividade na formação de educadores e psicopedagogos com muita perspicácia, afirmando que o trabalho com a objetividade e subjetividade na formação dos psicopedagogos deve ser compreendido dentro de um contexto amplo de transformações sociais e culturais, que afetam não só o que temos de saber para enfrentar o mundo, mas também o que temos de saber para compreender a nós mesmos e aos demais.
Sara Paín, em seu livro Subjetividade e Objetividade, introduz a questão da subjetividade na educação realçando a singularidade do aprendente. Segundo ela, a pedagogia, durante muitos séculos, levou em conta apenas uma parte do ser humano: o sujeito epistêmico – sujeito que se dedica somente ao conhecimento -, baseando-se nas capacidades ou habilidades que esse indivíduo tem para conhecer. Essa pedagogia não levava em conta que esse indivíduo tem, ao mesmo tempo, uma história, um destino, algo que o diferencia dos outros indivíduos. Tem sua singularidade.
Quanto ao diagnóstico psicopedagógico, encorajamos o profissional a desenvolver um olhar afetivo e compreensivo da subjetividade do aprendente, que tem uma história de vida peculiar e única. O psicopedagogo tem de apostar na possibilidade da cura e não se fixar na patologia, rotulando a criança, mas respeitando sua individualidade subjetiva. Precisamos de novos recursos, além dos cognitivos, para ajudar as crianças a aprender. Estabelecer vínculos positivos e ajudar os alunos a entender suas emoções e administrá-las pode ser o diferencial de excelência na atuação do educador. Um bom vínculo afetivo é o contrário da dependência, pois proporciona a segurança básica para o exercício da autonomia.
Sonia Parente, no prefácio do livro Subjetividade e objetividade, de Sara Paín, adverte categoricamente que
 [...] o recado para nós, educadores e profissionais da aprendizagem, é claro. É preciso ampliar a escuta. É preciso dar lugar para aquilo que é diferente da norma.É preciso evitar uma educação dominadora e uma psicopedagogia adaptativa, que depende da manutenção da ignorância e que produz sujeitos passivos, submissos, que reproduzem a oligotimia social ( diminuição da capacidade de adaptação biopsicossocial que dificulta a aquisição de novas condutas por deficiências intrínsecas ou extrínsecas).
O psicopedagogo deve procurar desenvolver as habilidades de uma comunicação afetiva com o paciente. Essa comunicação afetiva implica ouvir ativamente, ou seja, perceber não apenas o que a criança ou jovem diz com palavras, mas o que Le diz sem palavras, com seu silêncio ou com sua linguagem corporal. Além disso, essa comunicação implica liberdade na expressão das emoções, ser capaz de expressar as necessidades de forma não agressiva, e desenvolver a empatia e a capacidade para o entusiasmo e a surpresa.
Autor: Fernando Monte –Serrat  Emoções afeto e amor.



segunda-feira, 20 de maio de 2013

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA.


PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA.



O Psicopedagogo Clínico é um agente facilitador do desenvolvimento global da criança ou adolescente, que busca proporcionar o estímulo adequado a um crescimento intelectual e emocional.
O atendimento Psicopedagógico ajuda a criança ou adolescente a estabelecerem uma relação positiva com a aprendizagem, conquistando assim autonomia na sua rotina diária e na escola.

Casos em que a Psicopedagogia é altamente indicada:

Afasias, Audiomudez, Distúrbios afetivos (ansiedade, inibição, depressão, Dificuldade de leitura e escrita sem causa orgânica, Dificuldade de memorização, atenção e concentração, Distúrbio da lateralidade, Distúrbio na organização têmporo-espacial, Distúrbio motor, Disfalia, Disgrafia, Dislexia, Dislexia Disortográfica, Hiperatividade, Instabilidade psicomotora, Gagueira.





sexta-feira, 17 de maio de 2013

PENSAMENTOS POSITIVOS


Igual Desigual - Ninguém é igual a ninguém.



Igual Desigual

Eu desconfiava: 
todas as histórias em quadrinho são iguais. 
Todos os filmes norte-americanos são iguais. 
Todos os filmes de todos os países são iguais. 
Todos os best-sellers são iguais 
Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são iguais. 
Todos os partidos políticos são iguais. 
Todas as mulheres que andam na moda são iguais. 
Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguais 
e todos, todos os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais. 

Todas as guerras do mundo são iguais. 
Todas as fomes são iguais. 
Todos os amores, iguais iguais iguais. 
Iguais todos os rompimentos. 
A morte é igualíssima. 
Todas as criações da natureza são iguais. 
Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais. 
Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou coisa.                                                             

Ninguém é igual a ninguém. 
Todo o ser humano é um estranho ímpar. 

(Carlos Drummond de Andrade, "A Paixão Medida")

AUTOESTIMA: RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO

AUTOESTIMA: RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO
O amor por si mesmo.
A autoestima é uma construção, uma conquista, a partir de uma história preexistente, uma história identificatória.
Para aprender é preciso aceitar a presença do outro, desenvolver vínculos não fixados em imagens narcísicas que fragilizam e empobrecem o EU, a representação de si mesmo. Para aprender é importante a dependência, o pertencimento, o reconhecimento das diferenças e semelhanças nas circunstâncias educativas formais e informais.
Sabemos que o amor por si mesmo tem uma orientação dialética, pois este não existe num estado puro, in vácuo, está ligado a fatores interpsíquicos desenvolvidos nas sucessivas identificações com os pais, ou seus representantes desde os primeiros anos de vida.
A partir da diferenciação entre a realidade e a fantasia, entre o mundo interno e o mundo externo, a criança e o adolescente conquistam progressivamente a independência do outro, o reconhecimento de que somente na diferença o ser humano se torna semelhante.
Aprendemos o que somos desde que nascemos. O que nos liga aos outros é a emoção, fundante do EU, da alteridade e da cognição.
Para Kohut (1988) as pessoas com problemas de autoestima sentem-se ameaçadas com a perda da atenção do outro, ou de sua admiração. É preciso um motivo para crescer na perspectiva afetiva e cognitiva. Um motivo para aprender, um movimento interno, uma estima pessoal capaz de criar metas e gerar um desejo onde não existia.
Essa não é só uma questão dos alunos, é também dos professores que precisam encontrar o fio que leva para o desejado, a razão que motiva a busca do conhecimento. Encontrar a razão do que se aprende e as conseqüências de aprender em termos de amadurecimento psíquico e social.
Quando os alunos percebem que o resultado da aprendizagem pode ser significativo, pois trazem desafios, problematizações, nota-se um esforço, um controle das emoções, um domínio que fortalece a autoestima. Por outro lado, os professores precisam encontrar o desejo que torna sólido e consistente o caminho para aprender.
O professor têm que considerar que, no ensino formal, a convivência se dá com diversas linguagens e histórias de vida. Cada uma traz uma filiação, um pertencimento.Está inscrito num mundo transgeracional. Os laços sociais e culturais respondem, em grande parte, pela coesão narcísica, imagem e estima de si mesmo, reforçadas em âmbito escolar.
Ainda que as mudanças na cultura contemporânea atestem a escassez de laços duradouros e íntimos entre as pessoas, é preciso analisar as causas dos sucessos e fracassos em sala de aula. Aceitar os conhecimentos prévios dos alunos e reduzir as dificuldades das tarefas propostas.
Para que os alunos aprendam é preciso um professor que queira ensinar e promover um ambiente de aprendizagem cooperativo, que incentive a autonomia e a autoestima.
Aprender é condição humana. Todas as aprendizagens se originam em contextos de interação, comunicação e empatia. Aprender é um ato simbólico que se dá pela via da identificação numa relação assimétrica e simétrica. Uma relação que coloca o professor como alvo de identificações, como um personagem a ser imitado de modo inconsciente.
Autora: Maria Beatriz Jaccques Ramos. Mestre em aconselhamento Psicopedagógico. Doutora em psicologia.