sexta-feira, 17 de maio de 2013

AUTOESTIMA: RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO

AUTOESTIMA: RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO
O amor por si mesmo.
A autoestima é uma construção, uma conquista, a partir de uma história preexistente, uma história identificatória.
Para aprender é preciso aceitar a presença do outro, desenvolver vínculos não fixados em imagens narcísicas que fragilizam e empobrecem o EU, a representação de si mesmo. Para aprender é importante a dependência, o pertencimento, o reconhecimento das diferenças e semelhanças nas circunstâncias educativas formais e informais.
Sabemos que o amor por si mesmo tem uma orientação dialética, pois este não existe num estado puro, in vácuo, está ligado a fatores interpsíquicos desenvolvidos nas sucessivas identificações com os pais, ou seus representantes desde os primeiros anos de vida.
A partir da diferenciação entre a realidade e a fantasia, entre o mundo interno e o mundo externo, a criança e o adolescente conquistam progressivamente a independência do outro, o reconhecimento de que somente na diferença o ser humano se torna semelhante.
Aprendemos o que somos desde que nascemos. O que nos liga aos outros é a emoção, fundante do EU, da alteridade e da cognição.
Para Kohut (1988) as pessoas com problemas de autoestima sentem-se ameaçadas com a perda da atenção do outro, ou de sua admiração. É preciso um motivo para crescer na perspectiva afetiva e cognitiva. Um motivo para aprender, um movimento interno, uma estima pessoal capaz de criar metas e gerar um desejo onde não existia.
Essa não é só uma questão dos alunos, é também dos professores que precisam encontrar o fio que leva para o desejado, a razão que motiva a busca do conhecimento. Encontrar a razão do que se aprende e as conseqüências de aprender em termos de amadurecimento psíquico e social.
Quando os alunos percebem que o resultado da aprendizagem pode ser significativo, pois trazem desafios, problematizações, nota-se um esforço, um controle das emoções, um domínio que fortalece a autoestima. Por outro lado, os professores precisam encontrar o desejo que torna sólido e consistente o caminho para aprender.
O professor têm que considerar que, no ensino formal, a convivência se dá com diversas linguagens e histórias de vida. Cada uma traz uma filiação, um pertencimento.Está inscrito num mundo transgeracional. Os laços sociais e culturais respondem, em grande parte, pela coesão narcísica, imagem e estima de si mesmo, reforçadas em âmbito escolar.
Ainda que as mudanças na cultura contemporânea atestem a escassez de laços duradouros e íntimos entre as pessoas, é preciso analisar as causas dos sucessos e fracassos em sala de aula. Aceitar os conhecimentos prévios dos alunos e reduzir as dificuldades das tarefas propostas.
Para que os alunos aprendam é preciso um professor que queira ensinar e promover um ambiente de aprendizagem cooperativo, que incentive a autonomia e a autoestima.
Aprender é condição humana. Todas as aprendizagens se originam em contextos de interação, comunicação e empatia. Aprender é um ato simbólico que se dá pela via da identificação numa relação assimétrica e simétrica. Uma relação que coloca o professor como alvo de identificações, como um personagem a ser imitado de modo inconsciente.
Autora: Maria Beatriz Jaccques Ramos. Mestre em aconselhamento Psicopedagógico. Doutora em psicologia.

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