AUTOESTIMA:
RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO
O amor por si mesmo.
A autoestima é uma
construção, uma conquista, a partir de uma história preexistente, uma história
identificatória.
Para aprender é preciso
aceitar a presença do outro, desenvolver vínculos não fixados em imagens
narcísicas que fragilizam e empobrecem o EU, a representação de si mesmo. Para
aprender é importante a dependência, o pertencimento, o reconhecimento das
diferenças e semelhanças nas circunstâncias educativas formais e informais.
Sabemos que o amor por
si mesmo tem uma orientação dialética, pois este não existe num estado puro, in
vácuo, está ligado a fatores interpsíquicos desenvolvidos nas sucessivas
identificações com os pais, ou seus representantes desde os primeiros anos de
vida.
A partir da
diferenciação entre a realidade e a fantasia, entre o mundo interno e o mundo
externo, a criança e o adolescente conquistam progressivamente a independência do
outro, o reconhecimento de que somente na diferença o ser humano se torna
semelhante.
Aprendemos o que somos
desde que nascemos. O que nos liga aos outros é a emoção, fundante do EU, da
alteridade e da cognição.
Para Kohut (1988) as
pessoas com problemas de autoestima sentem-se ameaçadas com a perda da atenção
do outro, ou de sua admiração. É preciso um motivo para crescer na perspectiva
afetiva e cognitiva. Um motivo para aprender, um movimento interno, uma estima
pessoal capaz de criar metas e gerar um desejo onde não existia.
Essa não é só uma
questão dos alunos, é também dos professores que precisam encontrar o fio que
leva para o desejado, a razão que motiva a busca do conhecimento. Encontrar a
razão do que se aprende e as conseqüências de aprender em termos de
amadurecimento psíquico e social.
Quando os alunos
percebem que o resultado da aprendizagem pode ser significativo, pois trazem
desafios, problematizações, nota-se um esforço, um controle das emoções, um domínio
que fortalece a autoestima. Por outro lado, os professores precisam encontrar o
desejo que torna sólido e consistente o caminho para aprender.
O professor têm que
considerar que, no ensino formal, a convivência se dá com diversas linguagens e
histórias de vida. Cada uma traz uma filiação, um pertencimento.Está inscrito
num mundo transgeracional. Os laços sociais e culturais respondem, em grande
parte, pela coesão narcísica, imagem e estima de si mesmo, reforçadas em âmbito
escolar.
Ainda que as mudanças
na cultura contemporânea atestem a escassez de laços duradouros e íntimos entre
as pessoas, é preciso analisar as causas dos sucessos e fracassos em sala de
aula. Aceitar os conhecimentos prévios dos alunos e reduzir as dificuldades das
tarefas propostas.
Para que os alunos
aprendam é preciso um professor que queira ensinar e promover um ambiente de
aprendizagem cooperativo, que incentive a autonomia e a autoestima.
Aprender é condição
humana. Todas as aprendizagens se originam em contextos de interação,
comunicação e empatia. Aprender é um ato simbólico que se dá pela via da
identificação numa relação assimétrica e simétrica. Uma relação que coloca o
professor como alvo de identificações, como um personagem a ser imitado de modo
inconsciente.
Autora: Maria Beatriz
Jaccques Ramos. Mestre em aconselhamento Psicopedagógico. Doutora em
psicologia.
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