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sexta-feira, 17 de maio de 2013
Igual Desigual - Ninguém é igual a ninguém.
Igual Desigual
Eu desconfiava:
todas as histórias em quadrinho são iguais.
Todos os filmes norte-americanos são iguais.
Todos os filmes de todos os países são iguais.
Todos os best-sellers são iguais
Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são iguais.
Todos os partidos políticos são iguais.
Todas as mulheres que andam na moda são iguais.
Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguais
e todos, todos os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais.
Todas as guerras do mundo são iguais.
Todas as fomes são iguais.
Todos os amores, iguais iguais iguais.
Iguais todos os rompimentos.
A morte é igualíssima.
Todas as criações da natureza são iguais.
Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais.
Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou
coisa.
Ninguém é igual a ninguém.
Todo o ser humano é um estranho ímpar.
(Carlos Drummond de Andrade, "A Paixão
Medida")
AUTOESTIMA: RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO
AUTOESTIMA:
RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO
O amor por si mesmo.
A autoestima é uma
construção, uma conquista, a partir de uma história preexistente, uma história
identificatória.
Para aprender é preciso
aceitar a presença do outro, desenvolver vínculos não fixados em imagens
narcísicas que fragilizam e empobrecem o EU, a representação de si mesmo. Para
aprender é importante a dependência, o pertencimento, o reconhecimento das
diferenças e semelhanças nas circunstâncias educativas formais e informais.
Sabemos que o amor por
si mesmo tem uma orientação dialética, pois este não existe num estado puro, in
vácuo, está ligado a fatores interpsíquicos desenvolvidos nas sucessivas
identificações com os pais, ou seus representantes desde os primeiros anos de
vida.
A partir da
diferenciação entre a realidade e a fantasia, entre o mundo interno e o mundo
externo, a criança e o adolescente conquistam progressivamente a independência do
outro, o reconhecimento de que somente na diferença o ser humano se torna
semelhante.
Aprendemos o que somos
desde que nascemos. O que nos liga aos outros é a emoção, fundante do EU, da
alteridade e da cognição.
Para Kohut (1988) as
pessoas com problemas de autoestima sentem-se ameaçadas com a perda da atenção
do outro, ou de sua admiração. É preciso um motivo para crescer na perspectiva
afetiva e cognitiva. Um motivo para aprender, um movimento interno, uma estima
pessoal capaz de criar metas e gerar um desejo onde não existia.
Essa não é só uma
questão dos alunos, é também dos professores que precisam encontrar o fio que
leva para o desejado, a razão que motiva a busca do conhecimento. Encontrar a
razão do que se aprende e as conseqüências de aprender em termos de
amadurecimento psíquico e social.
Quando os alunos
percebem que o resultado da aprendizagem pode ser significativo, pois trazem
desafios, problematizações, nota-se um esforço, um controle das emoções, um domínio
que fortalece a autoestima. Por outro lado, os professores precisam encontrar o
desejo que torna sólido e consistente o caminho para aprender.
O professor têm que
considerar que, no ensino formal, a convivência se dá com diversas linguagens e
histórias de vida. Cada uma traz uma filiação, um pertencimento.Está inscrito
num mundo transgeracional. Os laços sociais e culturais respondem, em grande
parte, pela coesão narcísica, imagem e estima de si mesmo, reforçadas em âmbito
escolar.
Ainda que as mudanças
na cultura contemporânea atestem a escassez de laços duradouros e íntimos entre
as pessoas, é preciso analisar as causas dos sucessos e fracassos em sala de
aula. Aceitar os conhecimentos prévios dos alunos e reduzir as dificuldades das
tarefas propostas.
Para que os alunos
aprendam é preciso um professor que queira ensinar e promover um ambiente de
aprendizagem cooperativo, que incentive a autonomia e a autoestima.
Aprender é condição
humana. Todas as aprendizagens se originam em contextos de interação,
comunicação e empatia. Aprender é um ato simbólico que se dá pela via da
identificação numa relação assimétrica e simétrica. Uma relação que coloca o
professor como alvo de identificações, como um personagem a ser imitado de modo
inconsciente.
Autora: Maria Beatriz
Jaccques Ramos. Mestre em aconselhamento Psicopedagógico. Doutora em
psicologia.
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