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domingo, 18 de agosto de 2013
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
PSICOPEDAGOGIA.
PSICOPEDAGOGIA.
Por que uma
Psicopedagogia Clínica? Por que uma Psicopedagogia Institucional? Por que uma
Psicopedagogia Hospitalar? Por que dividir algo que precisa estar inteiro? A
meu ver, a Psicopedagogia é uma só; acontece em diferentes espaços, com objetivos
específicos, mas a forma de pensar sobre o aprendiz, de ver o processo de
aprendizagem, de considerar o mundo e o conhecimento é a mesma. O objeto de
estudo – a aprendizagem – é o mesmo e, por isso, não precisamos seguir modelos
médicos e psicológicos e subdividir nossa área. Somos especialistas em
aprendizagem, independente do espaço no qual essa aprendizagem se processa.
A Psicopedagogia já é
uma consequência da interdisciplinaridade; se for subdividida, fabricará outras
áreas e perderá seu caráter integrador. Precisamos cuidar, pois a Psicopedagogia
foi construída como uma práxis interdisciplinar e, por isso, precisa continuar
mantendo seu compromisso de desenvolver uma práxis articulada com o todo.
Um psicopedagogo deve
se especializar em aprendizagem e compreendê-la como um processo que se dá no
interior de cada um e é decorrente das interações e das relações desse sujeito com
os grupos aos quais pertence, com as instituições das quais faz parte, com a comunidade
e com a cultura local e globalizada.
Se quisermos
compreender a aprendizagem no âmbito da instituição, olhamos para a instituição,
para a forma como essa promove suas ações e como os sujeitos aprendem; porém, o
foco continua sendo a aprendizagem. Dessa forma, não existe uma Psicopedagogia Institucional,
e sim uma Psicopedagogia que está sendo desenvolvida dentro de uma instituição,
num âmbito específico. Não há necessidade de segmentar a Psicopedagogia para
termos tal compreensão. Com a mesma Psicopedagogia, podemos transitar do micro
para o macro, e vice-versa, sem nos superespecializarmos somente em micro ou
somente em macro.
Precisamos nos lembrar
de nossa origem, para que viemos; a nossa identidade depende da inteireza de
nossa área profissional. A segmentação faz brotar outras identidades, e nós,
que estamos conseguindo formar um corpo de conhecimento e de ações que está
sendo reconhecido em todo o mundo, não podemos fragilizar essa unidade e
descaracterizar nossa ação. Portanto, lembrem-se: existe apenas uma
Psicopedagogia e vários âmbitos de ação.
Laura Monte Serrat Barbosa.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
AUTISMO.
AUTISMO
O autismo é
um distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo estudado pela ciência há
quase seis décadas, mas sobre o qual ainda permanecem, dentro do próprio âmbito
da ciência, divergências e grandes questões por responder.
Há
dezoito anos, quando surgiu a primeira associação para o autismo no país, o
autismo era conhecido por um grupo muito pequeno de pessoas, entre elas poucos
médicos, alguns profissionais da área de saúde e alguns pais que haviam sido
surpreendidos com o diagnóstico de autismo para seus filhos.
Atualmente, embora o autismo seja bem mais
conhecido, tendo inclusive sido tema de vários filmes de sucesso, ele ainda
surpreende pela diversidade de características que pode apresentar e pelo fato
de, na maioria das vezes, a criança que tem autismo ter uma aparência
totalmente normal.
Ultimamente
não só vem aumentando o número de diagnósticos, como também estes vêm sendo
concluídos em idades cada vez mais precoces, dando a entender que, por trás da
beleza que uma criança com autismo pode ter e do fato de o autismo ser um
problema de tantas faces, as suas questões fundamentais vêm sendo cada vez
reconhecidas com mais facilidade por um número maior de pessoas. Provavelmente
é por isto que o autismo passou mundialmente de um fenômeno aparentemente raro
para um muito mais comum do que se pensava.
Causas do autismo.
Acredita-se
que a origem do autismo esteja em anormalidade em alguma parte do cérebro e,
provavelmente, de origem genética. Admite-se que possa ser causado por fatos
ocorridos durante a gestação ou no momento do parto.
Aspecto de manifestações autística.
Um
continuum que vai do grau leve ao severo. O autismo é um distúrbio do
comportamento que consiste em uma tríade de dificuldades:
1-Dificuldade de comunicação,
dificuldade em utilizar com sentido os aspectos da comunicação verbal e não
verbal, gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação.
2-Dificuldade de socialização- este
é o ponto crucial no autismo a dificuldade em relacionar-se com os outros, a
incapacidade de compartilhar sentimentos, gestos e emoções e a dificuldade na
discriminação entre diferentes pessoas. Muitas vezes aparenta ser muito
afetiva, segue um padrão repetitivo e não contém nenhum tipo de troca pobre consciência
da outra pessoa, dificuldade de se colocar no lugar do outro e de compreender
os fatos a partir da perspectiva do outro.
3-Dificuldade no uso da imaginação -
rigidez e inflexibilidade várias áreas do pensamento, linguagem e
comportamento da criança. Comportamento obsessivos e ritualísticos, compreensão
literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em
processos criativos.Forma de brincar desprovida de criatividade, exploração
peculiar de objetos e brinquedos. Pode passar horas a fio explorando a textura
de um brinquedo. Em criança que tem a inteligência mais desenvolvida, pode-se
perceber a fixação em determinados assuntos.As mudanças de rotina costumam perturbar
bastante.
Ana Maria S. Ros de
Melo.AUTISMO – Guia prático 4ª Edição –Ano 2005.
sábado, 3 de agosto de 2013
A ação da Psicopedagogia na Instituição Escolar.
A
ação da Psicopedagogia na Instituição Escolar.
O
que constitui a identidade da Psicopedagogia é o estudo e a intervenção dos
processos de aprendizagem e define como objeto central da ação do psicopedagogo
o resgate e a identificação com o conhecimento, com o prazer e a possibilidade
de aprender.
Dessa
forma, conforme Macedo (apud ESCOZ, 1991, p.12):
Uma
nova área não surge por acaso {...} representa o preenchimento de um vazio
construído e determinado pelas outras áreas {...} e que seu desejo sincero e humilde,
mas determinado e incessante é o mesmo que anima todas as outras {...}
contribuir individual e coletivamente para uma vida {...} menos injusta, mais
saudável {...}
Na
tentativa de refletir sobre as questões ligadas às aprendizagens é que foi
surgindo o espaço para um trabalho Psicopedagógico na instituição, espaço esse
deixado pelos especialistas em educação e pela psicologia escolar, preocupados
apenas com os campos restritos de atuação, deixando de lado questões mais
amplas sobre a construção de conhecimento na escola.
Assim,
a ação da Psicopedagogia Institucional busca a ressignificação das relações de
aprendizagem na escola e o resgate da identidade da instituição com o
conhecimento, tendo como foco a prevenção das dificuldades de aprendizagem, resgatando
o prazer de aprender.
Esses
aspectos fazem pensar como a escola está estruturada hoje e para que ela serve,
pois o contexto educacional brasileiro traz a marca do fracasso escolar,
principalmente nas classes sociais mais desfavorecidas.
Nesse
sentido, a Psicopedagogia tem um compromisso social, uma vez que seu campo
conceitual vem proporcionar uma nova possibilidade para que a escola reverta
esse fracasso, pois aponta uma visão interdisciplinar que se constrói a partir
do estudo dos atos de aprender e de ensinar, pensando em conjunto, considerando
a realidade interna de cada sujeito quanto à realidade externa.
Para
Bossa (2000), o trabalho Psicopedagógico institucional, na sua função
preventiva, visa a detectar perturbações no processo de aprendizagem,
investigar questões metodológicas, auxiliando o professor a perceber que nem
sempre a sua maneira de ensinar é apropriada à forma de o aluno aprender, além
de colaborar na elaboração do projeto pedagógico e orientar os professores no
acompanhamento do aluno com dificuldade de aprendizagem, contribuindo para que
a escola acompanhe o desenvolvimento da humanidade e se constitua num
verdadeiro espaço de construção de conhecimento.
Segundo
Escortt (2001), o Psicopedagogo Institucional, através de uma fundamentação
teórica consistente e de uma elaboração criteriosa de um diagnóstico, poderá
instrumentalizar os educadores na criação de novos fazeres pedagógicos. Esse
trabalho de construção consiste na leitura e na releitura do processo de
aprendizagem e do processo da não aprendizagem, bem como aplicabilidade e os
conceitos teóricos que lhe dêem novos contornos e significados, gerando
práticas mais consistentes e contribuindo para que o professor resgate o seu
desejo de aprender, em um jogo de troca de lugares de quem ensina e de quem
aprende, pois é o desejo que nos marca como seres humanos.
Talvez
esse novo olhar que a Psicopedagogia lança sobre a instituição escolar,
contribuindo para uma postura mais investigativa em relação às questões do
aprender e do não aprender, permitirá ao educador redimensionar a sua prática,
garantindo a aprendizagem e minimizando o fracasso escolar. Corrobora com essa
afirmação Mendes (1996), quando aponta que:
{...}
essa leitura do que falta e o que fazer para possibilitar que o sofrimento da
falta seja substituído pela busca do prazer em querer mudar, para encontrar
outras opções de ação pedagógica, é o campo da Psicopedagogia dentro da
instituição escolar e um dos aspectos que a distingue da Pedagogia.
Nessa
busca, Scoz (1991) coloca o Psicopedagogo como um dinamizador do processo de
ensino aprendizagem, uma vez que atua como:
{...}
uma liderança competente capaz de atuar junto ao professor e de buscar, com
ele, a sua revalorização {...} um mediador capaz de integrar e sintetizar as
várias áreas do conhecimento junto à equipe escolar {...}. É de fundamental
importância instrumentalizar o professor para lidar com essas questões,
tornando acessíveis os instrumentos necessários para o trabalho com as
dificuldades de aprendizagem. (SCOZ, 1991, p.3).
Portanto,
a presença do psicopedagogo na instituição não é inócua, pois nela se produzem
fantasias das mais diversas. Alguns percebem a sua presença como um
colaborador, para outros, é apenas mais uma exigência da escola; outros o
enxergam como uma figura que vel julgar o trabalho docente, pois, para Butelman
(1998, p.144), “esse saber oculto que por momento é adjudicado ao psicopedagogo
pode promover, em algumas pessoas, a fantasia de que este soluciona magicamente
os problemas, sem que o docente assuma a responsabilidade que tem frente a seu
grupo”.
Para
que isso não ocorra, é necessário que haja um enquadramento de trabalho claro,
objetivando as funções do psicopedagogo, o que facilitará a sua inserção na
instituição escolar, percebendo os mandatos míticos que transitam entre
ensinante e aprendentes, já que:
{...}
a Psicopedagogia tem seu campo na instituição, à medida que consiga criar um
espaço transicional para os ensinantes pensarem sobre a sua prática. Acredito
que esse espaço irá lhes permitir mostrar o potencial escondido, excluindo o
“expiar”, através de uma prática automatizada e sem sentido, para resgatar o
seu potencial, resignificando a sua identidade como aquele que ocupa o lugar de
ensinar, dinamizando a aprendizagem de quem aprende e que também lhe
possibilita a aprender. (MENDES, 1996, p. 75).
Este
é um dos grandes desafios da Psicopedagogia, construir diferentes saberes, que
possam ser socializados, a partir da escuta e do olhar dos processos de ensino
e de aprendizagem (MENDES, 1996), resgatando, assim, uma ação institucional
politicamente comprometida e consciente.
A
proposta da Psicopedagogia Institucional passa prioritariamente por reflexões
sobre as necessidades sociais de determinada instituição, centrando o olhar
sobre a aprendizagem. Dessa maneira, Barbosa (2001, p.21) afirma que:
A
Psicopedagogia na e para a escola, na verdade, é uma das contribuições para que
os novos paradigmas da ciência possam se instalar no interior desta
instituição, possibilitando uma visão e uma ação interdisciplinar, holística,
sistêmica que permitam que o ser humano seja visto como inteiro, como alguém
que pensa, sente, faz e compartilha, e que possibilite que a aprendizagem não
fique restrita a um ato de simples acumulação de informação já pensadas e
concluídas em tempos passados.
Sendo
assim, a Psicopedagogia institucional auxilia na busca da qualidade do processo
de ensino e aprendizagem a partir de um olhar investigativo e de escuta
psicopedagógica, privilegiando o cruzamento de todos os fatores, buscando
identificar as fraturas e incoerências de todo o processo e da dinâmica
institucional.
KOPZINSKI,
Sandra Difini Percurso Psicopedagógico: entre o saber e o fazer.Novo Hamburgo –
Rio Grande do Sul – Brasil 2010 p.27 a
29.
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